PUBLICAÇÃO na Web da Revista “ABOIO”

30-07-2020

PUBLICAÇÃO na Web da Revista "ABOIO" (30 de julho de 2020)

Porto

a poesia vai

pela rua,

nua.

esconde-se

nas manhãs mais

frias.

e é à noite que lhe foge

a voz.

lenta

e lenta,

lentamente,

até

desembainhar

na

f

  o

     z


...


Luz(a) alma

Sossega e vive do ar,
a cómoda alma, armário espacial.

Plana e cisma a esmola pintada
na rua nua e perfumada.

Sonha a universal fundação,
À beira-rio, navio-fantasma e fruição.

Entoa, na guitarra infantil, dramática gente,
num acorde simples, medieval.

- Ó alma lusa,

Acorda e sente,
mesmo que à tangente,
O que é ser filha de Portugal.


...


Hoje acordei com uma andorinha no estômago.

A noite era de tempo limpo e sono.
Sabia a quebra milenar, cabelo solto.

Nenhuma angústia, lei, mato ou víscera defronte.

O prédio seguia o seu curso normal de vida, espécie de abrigo impune.
Gineceu.

Observava sem capacidade estrelada o céu, quando a miúda astronomia me
espantou a inocência.

A circular impressão se revelara.

Tal como no meu estômago, assim uma via-andorinha se alongava, qual
fita emprestada, distraidamente, no ar.


...



Cisma
em mim um
conceito,
quase uma
ordem estabelecida.

- o desejo.

Quanto
menos o
pratico,

Mais
se manifesta e me
surpreende por
excitante e novo.

Glicínias.


Pedro Vale



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