PUBLICAÇÃO na Web da Revista Literária “ENSAIO – Ano I"

25-06-2020

PUBLICAÇÃO na Web da Revista Literária "ENSAIO - Ano I" (25 de junho de 2020)

É preciso viver sem paixões.

Mergulhar no absoluto anonimato,

Permanecer morto ou vivo até ao fim.

Aclamar o tumulto escuro e bruto.

Encenar o drama clemente e lento.

Sentir um amor ideal por anjos nebulosos.

Descobrir um novo fundo de poesia e aguardar

uma voz que nos ordene docilmente:

- Não te movas, nem te inquietes,

nem traias o que

ainda não

és.

...

Porto

A poesia vai

Pela rua,

Nua.

Esconde-se

Nas manhãs mais

Frias.

E é à noite que lhe foge

A voz.

Lenta

E lenta,

Lentamente,

Até

Desembainhar

Na

F

  O

      Z

...

Luz(a) alma

Sossega e vive do ar

A cómoda alma, armário espacial.

Plana e cisma a esmola pintada

Na rua nua e perfumada.

Sonha a universal fundação,

À beira-rio, navio-fantasma e fruição.

Entoa, na guitarra infantil, dramática gente,

Num acorde simples, medieval.

- Ó alma lusa,

Acorda e sente,

Mesmo que à tangente,

O que é ser filha de Portugal.

...

Hoje acordei com uma andorinha no estômago.

A noite era de tempo limpo e sono.

Sabia a quebra milenar, cabelo solto.

Nenhuma angústia, lei, mato ou víscera defronte.

O prédio seguia o seu curso normal de vida, espécie de abrigo impune.

Gineceu.

Observava sem capacidade estrelada o céu, quando a miúda astronomia me

Espantou a inocência.

A circular impressão se revelara.

Tal como no meu estômago, assim uma via-andorinha, se alongava, qual

fita emprestada, distraidamente, no ar.

...

No

Silêncio

De ouro da

Ponta do pargo,

Por um fio não

Desci para a

Gruta ida

De t

I

.

.

.

.

.

...

Cisma

Em mim um

Conceito,

Quase uma

Ordem estabelecida.

- o desejo.

Quanto

Menos o

Pratico,

Mais

se manifesta e me

surpreende por

excitante e novo.

Glicínias.

...

Beber tanto azul

Até limpar

A neurose.


Pedo Vale



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